Você já ouviu falar sobre planejamento sucessório? Descubra a importância de se constituir um planejamento sucessório, quais suas vantagens e desvantagens e dicas para escolher a melhor forma de se fazer a sucessão patrimonial.
O que é planejamento sucessório?
O planejamento sucessório é um assunto que está cada vez mais atual. Mas afinal você sabe o que é planejamento sucessório? O planejamento sucessório nada mais é do que a possibilidade de alguém decidir em vida o destino dos seus bens após a sua morte.
Não é, no entanto, uma decisão tão simples de ser tomada, pois deve estar de acordo com a legislação. Por exemplo, se você tem herdeiros necessários como filhos, pais, cônjuge ou companheiros, além dos ascendentes, deve-se observar a legítima, ou seja, ao menos 50% dos seus bens devem ser mantidos para eles. Diante disso, o objetivo é prevenir problemas e conflitos familiares de modo a planejar de forma antecipada, estabelecer os bens conforme o desejo do titular e ainda reduzir os custos que são cobrados pelo ITCMD que é o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação.
Mas você sabe como é feito esse planejamento? Inicialmente o dono do patrimônio deverá saber qual é o seu objetivo. São comuns os desejos de evitar briga de herdeiros e ou que o patrimônio seja dilapidado, por exemplo. Para que estes objetivos sejam concretizados, as ferramentas mais conhecidas são o testamento, a doação com reserva de usufruto, a Constituição de uma holding familiar, o seguro de vida e a previdência privada. O método mais adequado dependerá do caso concreto e o auxílio de um especialista será fundamental para a tomada de decisão.
Qual a importância do planejamento sucessório?
O planejamento de sucessão é muito útil para organizar e facilitar a divisão de ativos. Além disso, a vantagem desta ferramenta reside na capacidade de conseguir uma transferência de bens mais estratégica e eficiente. Nesse sentido, uma das grandes vantagens do planejamento sucessório está na economia.
Na sucessão de herança tradicional de bens, os custos e a burocracia podem ser altos. Impostos e taxas do ITCMD, procedimentos de inventário, documentos autenticados, etc., incorrerão em custos, os quais reduzirão significativamente o valor dos bens.
Por meio do planejamento de sucessão, os impostos e custos podem ser reduzidos, os ativos podem ser liberados mais rapidamente e a burocracia pode ser minorada. Além disso, quando os ativos envolvem ações ou empresas, o planejamento da sucessão empresarial torna-se mais necessário. Isso porque, na herança tradicional, quando um sócio de uma empresa morre, as ações e as cotas são automaticamente transferidas para os familiares imediatos, como filhos e cônjuges.
No entanto, esses herdeiros nem sempre estão relacionados às atividades comerciais. Normalmente não possuem as competências necessárias para gerir uma empresa ou nem sequer estão interessados em trabalhar nesta área. Em última análise, isso pode prejudicar a boa continuidade dos negócios. Sendo assim, por meio do planejamento de sucessão, o valor das ações pode ser mantido durante o processo de transferência aos herdeiros, mas diferentes tipos de ações podem ser alocados, como ações ordinárias nominativas ou ações preferenciais nominativas.
Diante disso, o papel mais importante do planejamento sucessório é resolver as questões financeiras, reduzir a possibilidade de desavenças entre os herdeiros e, sobretudo, organizar com antecedência a forma como os bens serão partilhados a fim de proteger o patrimônio familiar devendo todos os herdeiros serem atendidos de acordo com os interesses do sucessor dos bens.
Qual é o melhor instrumento de planejamento sucessório?
O nosso ordenamento jurídico estabelece alguns mecanismos de planejamento financeiro. Diante disso o titular dos bens pode optar por algumas ferramentas particulares do patrimônio, de acordo com os interesses familiares, sendo eles:
– Testamentos: o velho e o bom testamento é a ferramenta mais utilizada para um planejamento sucessório, pois é a forma mais segura de fazer valer a sua vontade depois da morte. Ou seja, você já pode deixar a partilha pronta e beneficiar as pessoas que merecem ser beneficiárias, desde que esteja em conformidade com a lei;
– Doações: Nos casos em que o titular já quer deixar o seu patrimônio dividido em vida, pode ser realizada a doação com reserva de usufruto, que é a ferramenta mais indicada, uma vez que a propriedade do bem já é transferida para o herdeiro através de uma doação, mas a posse e a utilização do bem ficará com o doador tendo como vantagem a definição da propriedade do imóvel;
– Seguros de Vida: o seguro de vida também é muito importante e é algo que todos deveriam fazer, pois o valor resgatado do seguro é liberado ao beneficiário no prazo de 30 dias, ou seja, não entra no inventário e não incide no Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação. Importante destacar que a vantagem desta ferramenta é de dar liquidez ao beneficiário, pois o valor resgatado poderá ajudar os herdeiros apagar despesas como os honorários dos advogados, as custas do inventário e os impostos;
– Holding Familiar: a constituição de uma holding familiar deve ser acompanhada por um advogado especialista em direito de família, pois será criada uma empresa que fica sendo dona dos bens e cada herdeiro pode ter uma quota dessa empresa.
Quais são as vantagens e desvantagens do planejamento sucessório
Uma das principais vantagens do planejamento sucessório é a economia, uma vez que esse tipo de sucessão evita custos com inventários, que podem representar alto custo. Nesse mesmo sentido, em se tratando de aspecto tributário, o planejamento sucessório proporciona uma diminuição na tributação do processo sucessório, principalmente no que se diz respeito ao imposto sobre herança, que é o ITCMD, onde não há incidências fiscais, além de proporcionar menor oneração fiscal do que se fosse em um processo comum.
Outra grande vantagem no planejamento sucessório é a celeridade do processo, pois, dependendo do caso, o inventário leva anos até que seja concluído pelo fato de existir conflitos entre as partes, o que é muito comum.
Por outro lado, uma das grandes desvantagens no planejamento sucessório é a possibilidade de este ser anulado, pois o Código Civil estabelece que: “Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.” Isso nos permite dizer que, no caso de doação, o titular dos bens não poderá renunciar do seu patrimônio sem antes contemplar seus futuros herdeiros necessários.
É importante destacar que esta regra também se aplica ao holding familiar, não podendo privilegiar um herdeiro sob pena de anulação. Outra desvantagem das doações é a dificuldade de retirada, ou seja, se os interessados precisarem vender um de seus imóveis, não podem dispor de acordo com o conteúdo estabelecido, e só podem fazê-lo com a autorização do doador.
Sendo assim, de acordo com o Código Civil, será permitido desfazer a doação nos casos em que o donatário atentou ou colocou em perigo a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra o doador, quando o donatário cometer algum crime de lesão corporal contra o doador e nos casos em que o donatário praticar crimes contra a honra do doador, como calúnia, injúria ou difamação.
Existem riscos ao criar um planejamento sucessório?
A constituição de um planejamento sucessório, quando feito por especialistas e mediante informações prestadas pelos clientes que sejam verdadeiras, não há riscos a serem comunicados durante o processo.
Nesse sentido, a possibilidade de acontecer algum imprevisto está na forma de escolher como será feita a sucessão.
Por exemplo, se não houver um planejamento, existem riscos de que todo o seu patrimônio e finanças acabem sendo perdidos. Como vimos, nos casos de doação, pode haver esse tipo de partilha sem o conhecimento e o desejo do herdeiro.
Portanto, o maior risco tem um planejamento sucessório é a falta de instrução de pessoas especializadas e a escolha de um método que não seja eficaz para os objetivos pretendidos pelas partes.
Como posso saber se o planejamento sucessório vale a pena para mim?
O planejamento sucessório é fundamental para aqueles que desejam que a sua situação financeira e da sua família seja preservada. Portanto, se você se pergunta se vale a pena ou não fazer planejamento sucessório, a resposta é sim. Portanto, o planejamento sucessório é importante porque apresenta estratégias de dilapidação dos seus bens, bem como mantém harmonia entre os herdeiros e evita os impostos sobre a herança que pode ser deixada.