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O uso da constelação familiar no Poder Judiciário

Os conflitos familiares são cada vez mais frequentes em nossa sociedade, na medida em que a quantidade de processos de divórcios aumenta a cada ano. Ainda que alguns divórcios sejam realizados de maneira extrajudicial, ou seja, em cartório, em determinadas situações, tais conflitos devem necessariamente ser levados ao poder judiciário para definição quanto à divisão de bens ou guarda de filhos, por exemplo.

Quando envolver guarda de filhos, os conflitos podem perdurar por anos, pois poderá haver discussão quanto à revisão da pensão, alegação de alienação parental dentre outras questões que são colocadas para que haja a resolução pelo poder judiciário.

Diante de um cenário em que a resolução amigável do conflito é muito almejada pelos Juízes, atualmente, o termo constelação familiar passou a ser utilizado com muita frequência tanto na área de terapias comportamentais, quanto no poder judiciário. No entanto, muitas pessoas ainda não tem o conhecimento do que se trata.

Segundo definição extraída do blog de Jose Roberto Marques, “constelação familiar serve para analisar a família ou o grupo de determinado indivíduo e buscar a raiz de eventual comportamento, que pode ser reflexo de uma situação tão traumática para sua família que perpetuou-se através das gerações”.

Esta técnica psicoterapêutica já é utilizada pelo poder judiciário de diversos estados do Brasil e tem solucionado diversos conflitos de família na sua essência.

E isto porque os problemas que são colocados nas ações movidas podem ter causa que extrapolam o processo judicial, ou seja, na análise de eventual agressão ao filho, através deste método pode-se constatar se o agressor também foi agredido na infância.

No entanto, para que a constelação familiar seja utilizada pelo magistrado, o mesmo deve se capacitar para tanto através da realização de cursos em instituições próprias.

O que se constata é que os magistrados que atuam na área de direito de família têm buscado solucionar os conflitos de maneira mais abrangente, além do papel. Ao interrogar as partes, são feitas determinadas perguntas que a fazem avaliar o sentido do processo de maneira ampla.

Este texto não tem como objetivo e exaurir o assunto, mas apenas demonstrar que a constelação familiar não é terapia, mas sim uma técnica que faz com que os envolvidos repensem determinadas situações e busquem a conciliação. Em muitos casos, há até a desistência da ação.

Por Priscila Elia, advogada da Cavallaro e Michelman Advogados Associados

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